Kirschblüten Hanami: Cerejeiras em Flor

28 de abril de 2013
Quando estamos naqueles dias que nem a internet e nem um bom livro te despertam o interesse, recorremos a um instrumento dos primórdios da humanidade chamada televisão que ás vezes, com o canal e horário certos, pode revelar boas surpresas.


Pôster do filme
Há algumas semanas atrás, estava acontecendo lá no Japão um costume chamado Hanami (contemplar as flores),do qual as famílias japonesas e turistas se reúnem para festejar o florescimento das cerejeiras. Como é algo que só acontece uma vez por ano e se trata de um evento tradicional japonês, todos os canais de tv falavam nisso. E em um desses foi que eu encontrei o filme em questão - Kirschblüten Hanami, ou simplesmente Cerejeiras em Flor - um filme alemão lançado no Brasil no fim de 2009, que tem uma daquelas histórias que nós amamos ver, rever, chorar todas as vezes e ainda pedir bis.


"Achei que teríamos tempo...Se eu soubesse que seria assim tão de repente... eu faria, eu seria, eu..." 


Sempre há nos bons filmes aquela frase de efeito que te faz efletir por horas a fio, e que mesmo depois de dias, você ainda fica com aquilo na cabeça como um eco perdido no subconsciente, dizendo que de certa forma, aquilo vai te acompanhar pra sempre.

A história do filme se passa quando Rudi se vê sozinho com a morte da esposa e com o abandono e indiferença dos filhos. Ao descobrir que o maior sonho de sua esposa era conhecer o Monte Fuji,  Rudi parte para o Japão na tentativa de realizar os sonhos de sua esposa e com isso, descobre que a vida é muito mais do que pensava. 

Todos nós sempre criamos a ilusão que certas coisas não irão acontecer com a gente. Mas elas acontecem, e você só se dá conta de tudo o que perdeu quando é tarde demais. Quantas vezes deixamos de fazer agora algo que queremos, por achar que no futuro teremos tempo de sobra pra realizar o que queremos, com quem queremos e do jeito que queremos?
  
Eu mesma, em minha curta vida de dezessete anos, já pensei em tantas coisas. Nos meus onze anos queria ir pra Nova York aos dezoito e ser cantora e atriz. Aos quatorze, queria ir a Londres estudar literatura. Aos dezesseis, eu iria pra UFPR fazer história e hoje, quero fazer audiovisual na USP. Amanhã posso mudar de planos, mas ainda haverá um futuro a planejar, uma esperança lá no fim do túnel que o futuro será bom e que estarei fazendo algo que eu amo, pois nunca pensei fazer algo por dinheiro ou pelos outros. O ruim é quando penso que nada pode sair como planejo, ou pior, se não haver nem futuro para que eu possa tentar. 
  
O fato é que nos preocupamos tanto com o futuro e amamos tanto o passado, que esquecemos que o presente está aqui, implorando para você vivê-lo, chutar o balde, se assumir arcadista e gritar "Carpe Diem". Aproveitar as pessoas que amamos e os lugares que gostamos. A vida passa rápido demais e os bons momentos mais ainda. Talvez para aprendermos a dar o devido valor que eles merecem. 


***
Espero poder aproveitar o máximo meus pais que podem não estar aqui por muito tempo.
Espero poder aproveitar o máximo meus amigos, antes que a vida nos separem. 
Espero poder aproveitar o máximo que posso a minha casa, meus cachorros e meus gatos.
Espero repetir meu prato preferido muitas vezes e conhecer outros pratos preferidos, ainda mais vezes. 
Espero poder ler livro bons e ruins por mais tempo, ver filmes de classe B e dançar até o chão mais uma vez na vida. E rir depois pela situação ridícula. (anotem que um dos meus objetivo IN LIFE é fazer Marina dançar também, e conseguirei podem ter certeza)
Espero poder amar uma vez. E mais uma vez. E depois outra, e outra, e outra... 

Rudi e Trudi
Nas praias de Berlim


Trudi e os filhos pós a morte da esposa.
Os filhos o acham um fardo, e não
tem tempo para o pai.
Finalmente o Monte Fuji





"Minha mulher era como uma tigresa... mas presa em uma jaula"

Pré Conceitos Literários

20 de abril de 2013

Em algum desses dias nublados e chorosos, fui ao banco para pagar algumas
E se Audrey Hepburn lesse
Paulo Coelho?
contas para meu pai, e, como é um saco ficar esperando horas e horas na fila sem ter nada para fazer, aproveitei e levei o meu exemplar de "Na margem do Rio Piedra, sentei e chorei" do Paulo Coelho, e o comecei a ler freneticamente enquanto esperava sentada a minha vez de ser atendida. Eis que, alguns minutos depois, surge uma criatura ao meu lado, analisando o meu livro e depois a mim de uma maneira nada discreta, até que enfim tomou coragem e ousou me perguntar com as seguintes palavras
: "hum, você gosta do Coelho?", falando isto com cara de que acabou de sentir um cheiro de leite azedo vindo da cozinha. E eu, usando a minha mais alta bondade e educação, respondi com sinceridade um simples e direto ''sim'', e perguntei se ela havia lido alguma coisa dele. Com toda graça de uma hiena, ela fez questão de responder de nariz em pé que não, mas já tinha lido criticas horríveis sobre O Alquimista, e achava que era uma pena que Paulo Coelho fosse tão conhecido no mundo inteiro enquanto há outros escritores brasileiros MUITO MELHORES e MUITO MAIS COMPETENTES mas não reconhecidos mundialmente. Ai chegou minha vez, paguei minhas contas e fui me embora, sentindo-me aliviada por me livrar de uma presença tão desagradável. 

Masss, como meus neurônios não param de funcionar um segundo sequer GRAZADEUS!,  fiquei remoendo o que aquela criatura tinha me dito. Não que eu me importasse com o que ela  disse, pois eu já tinha lido e ouvido varias criticas negativas sobre o Paulo Coelho, mas sim sobre o não ter o conhecimento de algo e mesmo assim afirmar com tanta convicção que algo é bom ou ruim, só por causa da opinião dos outros. 

Para  vocês se situarem no meu devaneio, eu li pela primeira vez um livro do Paulo Coelho quando tinha uns doze/treze anos, nunca tinha lido ou escutado algo negativo sobre ele até então, só peguei um livro dele na biblioteca aleatóriamente na maior inocência possível. Eu o li, gostei, comprei outros, e por ai vai. Mas e seu eu tivesse conhecimento da opinião geral sobre o autor eu teria gostado tanto do livro? Será que meu julgamento sobre a narrativa ou história do Coelho, seriam as mesma que tenho hoje? 

Muito provavelmente que não, meus caros leitores. 

E eu sei disso porque eu tenho um pouco daquela mulher, e você também. Exemplo disso, é o tão comentado "50 tons de cinza", que eu nunca li, mas mesmo assim tenho um pré julgamento formulado no meu intimo. Já vi tanta gente falando mal (quando me refiro gente, digo canais literários, resenhas e/ou de pessoas que me identifico e admiro) que me sinto no dever de não gostar dos livros. E se por acaso eu ler, tenho certeza que meu subconsciente vai chegar e dizer "Você não deve gostar desse livro porque a maiorias pessoas que você acompanha diz que é uma bosta" e mesmo que eu tenha uma paloma maníaca viciada em sexo masoquista em mim, vou reprimi-la e dizer um belo "NÃO GOSTEI" até pra mim mesma. 

Então, se eu tivesse lido Paulo Coelho com a toda a bagagem critica sobre ele que eu tenho hoje, provavelmente detalhes que não me incomodam, iriam me incomodar profundamente fazendo com que eu jogasse na parede o "Onze Minutos" e nem iria ler os outros.  

Mas antes que algumas pessoas venham me questionando, é claro que não é porque você não gostou de um livro, necessariamente você foi influenciado pela opinião alheia. Eu só estou dizendo, que devemos (ou deveríamos, ao menos) conhecer as coisas antes de julgá-las boas, ruins ou regulares. E se você gostar, mesmo que meia internet ache ruim, não se influenciar por isso e não se achar a pior pessoa do mundo só porque gostou de Crepúsculo ou 50 tons. 

Vamos tentar enfiar em nossas mentes que NINGUÉM NO MUNDO é obrigado a ler Cem Anos de Solidão, Dom Casmurro ou 1984 e gostar, porque senão essa pessoa é ignorante demais e só sabe seguir as massas. Vamos parar de julgar também né, galera? E você, que gosta de algum livro odiado ou zoado por todos os cultos das internet, não se acanhe, admita que gosta e diga o porquê sem ter medo, pois isso não te faz menor do que qualquer pessoa. 

UPDATE: Quero agradecer a todos os elogios, e principalmente Professor Banger e ao próprio Paulo Coelho, que elogiaram e divulgaram o texto e automaticamente o blog! Muito obrigada mesmo!

...começa com um tapa, termina com flores.

5 de abril de 2013


PREVIEW: O post de hoje é mórbido e pessoal. Mas será feito com a melhor das intenções. Mas se quiser esperar pra algo mais útil pra humanidade, até domingo prometo vir com um post sobre um ilustrador bem legal ^~^

A situação é a següintchê (sim, o trema foi proposital): meu gato morreu (nessa terça-feira). Talvez pra muitas pessoas isso pouco importa, mas pra mim isso vale muito. Eu era muito apaixonada por esse gato, e quando eu vi ele morto foi extremamente difícil pra mim. Ainda fico triste quando lembro dele e de tudo que passamos juntos (!) mas aos poucos eu vou me recuperando. Só que de certa forma, eu não quero que a lembrança do Laurêncio se esvaia tão rápido e por isso quero mostrar como eu sinto muitíssimo e que todo o dia me culpo por não estar com ele na hora para tentar fazer alguma coisa (essa necessidade vem de mim. sei que ele nunca poderia ver isso).


E para fazer essa "homenagem", resolvi que não seria nada triste. Afinal, o Laurêncio sempre fora um gato alegre e muito sapeca, e acho que ele não gostava de nada baixo astral. Não ligue pelo post sem noção! Faz parte. E todas, todas, TOOODAS as fotos são do gato mais fotogênico & lindo do planeta. 

Para começar, nada melhor que uma canção que represente meu mais amado felino. Eu sempre dizia que ele parecia um filhote de pantera negra, e acho que de pantera pra leão a diferença é pouca, né? (finge que é). Então, representando o meu leãozinho, ninguém menos que Caetano Veloso:




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Antes que me perguntem, meu gato morreu envenenado. Não sei se alguém pôs o veneno, ou se ele comeu algum rato envenenado, mas é provável que seja a primeira alternativa já que ele era preto e as pessoas  tem certo receio. Por que disse isso? Porque estou aqui para apresentar uma tese de que conviver com gatos é muito melhor do que conviver com seres humanos.  Na verdade, conviver com qualquer outro animal é melhor que conviver com seres humanos, ou pelo menos com algum (um bom argumento é que não se vê muitos gatos por ai, saindo pra envenenar seres humanos enquanto fazem suas refeições). E para comprovar essa teoria, separei outras quatro razões pra você acreditar! Não adianta bater o pé! Convivi com as duas espécies e sei do que estou falando, menine:

quatro razões para acreditar que gatos são melhores que seres humanos:

1. Olhar superior, realmente superior. 
Se alguém que você conhece ou não, olhasse para você com olhar de desdém, daquelesss com nariz em pé, do tipo "who you think you are?", você provavelmente teria nojo da pessoa e iria querer que ela tropeçasse, batesse a cabeça e ficasse em coma por uns três anos. É normal. Mas com gatos isso não acontece. Se você já teve um, sabe o que estou dizendo: os olhares de "me abane, me dê uvas, sou uma deusa" são muito frequentes! PORÉEEEMM há algo mistico nisso tudo, pois você não consegue resistir aos encantos daquela criatura divina e faz tudo o que ele pede. É I-NE-VI-TÁ-VEL! Não é à toa que o egípcios veneravam os gatos (e também o escaravelhos, como disse Rony). Não há como resistir aquela fofura te olhando como se fosse o dono do universo. 

2. (In)dependência ou atum
Todo mundo já sabe que gatos, comparado a cachorros, são beem mais independentes. Podem caçar, eles mesmo se limpam, suas necessidades são feitas nos locais corretos, conseguem escapar de um lugar facilmente, etc. Mas, apesar de toda essa independência, todos os seres do planeta não conseguem ficar realmente felizes e satisfeitos estando sozinhos. E o gato, não foge da regra.  Se quer carinho, ele vai até a sua mão e se auto-acaricia se você não tive saco. Se quer atenção, ele passa pelo seu teclado digitando 'zjdigjsgc vfoafk' para todos os seus amigos. Viu, com gatos as coisas são mais simples. Se for com um ser humano, tudo se complica. Se são muito independentes, são orgulhosos demais para admitir que querem carinho ou que precisam de alguém. Vê se eu tenho cara de mãe Diná pra saber o que você está pensando, meu fio? Vamos facilitar!

3. Gatos não são falsos, não te dão azar, não te largam e te amam de verdade:
Há muito preconceito quando o assunto é gatos. Aqui no Brasil, a maioria massacrante prefere cachorros a gatos e como essa rixa já é muito velha, é normal que lendas contras os pobres felinos ficarem populares. Já ouvi de tudo: gatos são ligados a casa e não ao dono, não gostam de ninguém, são egoístas, são interesseiros, e blábláblá. Bom, com a minha convivência com o meu gato posso discordar disso tudo. Ou pelo menos, ver o lado positivo da coisa.
Primeiramente, o gato é sim muito ligado a casa. Mas isso não quer dizer que não goste dos donos. Acredite: se um gato não gostar do dono, ele vai embora, independente de você não se mudar ou ter a melhor comida e melhor cama. Se ele não for com a cara da pessoa, não adianta que não vai rolar. Agora, se ele realmente gosta do dono, se sentir amado e todas essas coisas que QUALQUER SER VIVO CURTE, ele não irá embora. Então, se um gato está com você, e fica em sua casa com você dentro, é porque seus sentimentos são verdadeiros. 
Agora, com humanos não preciso dizer nada, né? 

4. São companheiros e amáveis:
Como já dito no item "três", os gatos são ligados ao dono. Seus sentimentos não são tão visíveis como os dos cachorros, mas eles fazem o que podem. Exemplo: (a) quando caçam, como retribuição por terem o alimentado, ele leva parte da caça para dividir com você. Lógico que eles pegam a "melhor'' parte do rango, mas o que vale é a intenção. (b) Se você está triste, ele vai te consolar, e isso já aconteceu várias vezes comigo. Enquanto eu estava me mergulhando em lágrimas, o Laurêncio silenciosamente pulava no meu colo e pedia carinho (que saudades disso! fazia as coisas se tornarem um pouco mais suportáveis). (c) E se você está feliz, ele também pede carinho! E você faz com a maior disposição do mundo. É maravilhoso! Pega ele no colo, joga pro alto, enche de beijo... ahhh!! E ele pede mais! E você dá! E fica naquela agarração mútua cheia de carinhos. Isso é muito bom. Só quem tem gato entende. 



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Para finalizar, eis um poema que li pela primeira vez no livro "A Dupla Cena" de Nelson Martinelli Filho (pode ficar tranquilo sr. cult, ninguém conhece!), que fala sobre gatos. E que para minha surpresa que pouco me lembrava dos versos, ele se encaixa perfeitamente nessa situação. 


Elegiazinha

Gatos não morrem de verdade:
eles apenas se reintegram
no ronronar da eternidade

Gatos jamais morrem de fato:
suas almas saem de fininho
atrás de alguma alma de rato.

Gatos não morrem: sua fictícia
morte não passa de uma forma
mais refinada de preguiça.

Gatos não morrem: rumam a um nível
mais alto é que eles, galho a galho,
sobem numa árvore invisível.

e dormirão lá, depois do ônus
de sete bem vividas vidas,
seus sete merecidos sonos. 

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E vocês, já perderam um animal de estimação? Foi difícil aceitar, como está sendo pra mim? 

Bom, espero que não estejam com vontade de me matar. Prometo que vou tentar melhor nos posts, haha </3 mas é porque eu precisava fazer alguma coisa, e estou com pouco tempo para fazê-lo, por isso não saiu algo muito elaborado. Mas é assim como fazem os gatos: o que vale é a intenção. 



"Mas a vida não é injusta. Começa com um tapa. Termina com flores." 

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