As dez coisas mais legais do (meu?) mundo

28 de junho de 2015
Nunca acreditei que eu poderia um dia classificar 10 coisas mais legais do meu mundo. Talvez porque esse "meu mundo" seja uma zona mais impenetrável do que o meu quarto, então seria uma tarefa nada fácil procurar nessa bagunça algo que eu classificaria como "a mais legal". Até que a Karol Pinheiro resolveu criar essa tag que facilita metade do trabalho, porque, veja bem, ela já dá uma coordenada e ai é só a gente seguir o caminho.

Não fui indicada por ninguém (alone), mas gostei tanto dela que resolvi fazê-la do mesmo jeito. Por isso, para os blogueiros perdidos na solidão como eu, sintam-se tagueados por uma não tagueada hehe (Vamos lá, não se reprima!!). 

1. Decoração: cheia de gente.





Casa com cara de casa. Seja no campo, seja na cidade, a minha casa será um lar. Não estou desmerecendo nenhum design de interiores, mas eu sou fascinada por lares cheio de quadros, flores, almofadas, um piano e diversas cores, coisas que nunca combinariam uma com a outra se não fosse o fato de fazerem parte de um mesmo lugar. Eu gosto de decorações vivas, essas que eu não me importaria nem um pouco de ficar trancada o dia todo por causa de um dia chuvoso. (Já viram a casa da Sarah Jéssica Parker? Mais ou menos assim.) 

Coisas que não podem faltar numa decoração "cheia de gente":

a)  Estantes de livros lotadas e alguns livros eventuais espalhados;
b)  Um instrumento pedindo pra ser tocado;
c)  Flores, muitas flores;
d)  Um gato gordo, dengoso e peludo;
e)  Tapetes, luminárias, mapas, quadros e fotografias;
f)   Móveis de madeira <3;
g)  Um espaço pra esbanjar criatividade;
h)  Uma vitrola e um espaço para dançar;
i)   Uma cozinha aconchegante que dá vontade de cozinhar. 


2. Livro: O Apanhador no Campo de Centeio, J.D Salinger.





Todo mundo já está mais que cansado de saber que o meu livro é o clichê Pequeno Príncipe, porém, devo confessar que esse ano li um livro que está pedindo para dar um empate. Talvez você ame, talvez você odeie, mas esse livro é "O Apanhador no Campo de Centeio". Eu amo a linguagem feroz da narrativa e como o livro nos convence de que quem está narrando o livro é o Holden e não o Salinger. Me sinto uma amiga e não uma leitora. Fiquei triste/desesperada/fascinada/atormentada enquanto eu o lia, tanto que no final a unica coisa que eu fiz foi ficar encolhida e desejar ardentemente que eu pudesse dar uma abraço no protagonista e dizer "eu te entendo, bro". Não tem palavras pra descrever esse livro. 

5 porquês de "O Apanhador no Campo de Centeio" ser incrível:

a) O protagonista é a coisa mais maravilhosamente detestável e amável do mundo. Um desse dois lados irá te pegar, e por isso, é um livro que tanta gente odeia e tanta gente ama;
b) O livro foi tão bem escrito que a narrativa condiz perfeitamente com o personagem. É o Holden quem escreve o livro e não Salinger;
c) É um livro psicológico. A maior parte da história se passa com os pensamentos do personagem  e impressões que ele tem sobre as pessoas a sua volta (por isso fico pé da vida quando reclamam que nada acontece);
d) Você sente empatia pelo personagem;
e) A relação de Holden com os irmãos <3.



3. Viagem: Ouro Preto, Minas Gerais



Eu amei, amei, a minha primeira vez em São Paulo, mas a viagem da minha vida foi pra Ouro Preto. É meio deprimente falar que ela foi logo uma viagem escolar do Ensino Médio, mas foi tão incrível que simpesmente não sai da minha cabeça. Eu estava com os melhores professores do mundo. Eu estava com as minhas melhores amigas do mundo. E eu estava numa das cidades mais lindas que já vi! E de quebra, veja bem, voltei cantando Kid Abelha em alto bom som, no camarote do ônibus, junto com Olivaldo, Marina e Samara. Viagem insuperável.

Fora que Ouro Preto me deu uma sensação tão boa que nem sei explicar. Todo lugar que eu passava eu me sentia em outra época, outro lugar, outro planeta. Eu me sentia feliz andando por aquelas estradas antigas, tanto que pensei seriamente em me mudar pra lá durante um tempo. Vai e volta me dá vontade de voltar, só que tenho medo de não ter aquela sensação boa como foi a primeira vez. Quem sabe...

Ouro Preto é inesquecível porquê...

a)parece uma cidadezinha antiga, europeia, gostosa, pronta para ser admirada;
b) tem um pão de queijo maravilhoso.
c) você pisa em história por cada lugar que vai;
d) lembranças.

4. Música: Comptine d'Un Autre Été




Achou que seria Beatles? Achou que seria Madonna? Pois é, até poderia ser um desses dois se não fosse o fato de que Yann Tiersen roubou o meu coração de vez. E essa música, meu povo... Não sei o que pensar dela. E eu até prefiro assim, porque ás vezes pensar estraga algumas coisas. Pra mim, Comptine tem sempre que ser desse jeito, intocável, dessa forma quando eu a ouço só penso nela. A alma purifica, sabe?



Ouvir Comptine dá vontade de...

a) Acreditar;
b) Chorar um pouco; 
c) aprender a fazer Creme Brulee;
d) Ficar sozinha;
e) abraçar o meu gato.


5. Sapatos: All Star



Apesar de ter como alvo consumidor coisas como um creeper, coturno e algumas melissas eventuais, o meu xodó de sempre e que me acompanha desde... desde... desde... desde muito tempo, é o All Star e não tem jeito. Já fui adepta dos canos longos, dos baixos, dos médios, o simples ou o rebuscado, não importa. Já cheguei a ter 6 pares de all stars diferentes (eu acho que é muito, tá?) e eu os usei tanto que todos furaram ou estragaram de alguma maneira (e continuei usando). Hoje, só estou contando com o meu tão sonhado All Star de Cano Médio vermelho, 1 número acima do normal (não tinha menor, então...), e que até hoje tem a marca de ovo que jogaram em mim quando eu passei na faculdade (saudades orkut "All Star bom, é All Star sujo!"). 

Porquê usar All Star e tudo de bom e mais um pouco:

a) É estiloso (hehehe mas é);
b) Nunca na vida sai de moda. Pode apostar;
c) Confortável;
d) Serve basicamente pra qualquer roupa;
e) Vários modelos, preços acessíveis;
f) Fácil de encontrar;
g) É insubstituível. Uma vez que você usa, ele sempre faz parte de você.

6. Maquiagem: Ruby Woo, MAC




Nunca fui muito de maquiagem, mas confesso que tenho um item de desejo há muito tempo: o batom Ruby Woo, da Mac. Sei que ele  deve estar basicamente na lista de mais de 50% da população, e olha, eu entendo perfeitamente porque todo mundo que vi usando, simplesmente ficaram deslumbrantes com ele. E eu fico curiosa com a sensação sabe? Já cansei de ouvir que a textura é maravilhosa, e meu deus, quero ter isso na minha boca. Porém, como nem tudo são flores, eu não consigo (ainda) pagar quase R$ 70,00 num batom. Minha consciência não deixa (mas ta aí a dica pra quem quer me dar um presente hehe).

Por que usar Roby Woo? 

a) Porque é lindo pra caramba;
b) porque eu quero.


7. Ídolo: J.K Rowling




Se eu tivesse um apelido seria "A Colecionadora de Ídolos". Todo ano arranjo um novo sem nunca ter abandonado um velho, e nisso a lista só vai aumentando. Mas talvez a J.K tenha um lugar de destaque porque ela foi a primeiríssima. Desde os meus oito anos amando essa mulher fortemente, agradecendo todos os dias por ela ter feito a melhor série de livros infanto-juvenis do mundo, por ela ter me feito sonhar tantas vezes. E não é só por causa de Harry Potter não, é por ela. O quanto ela sofreu na vida, a sua inteligencia, carisma, simplicidade, suas entrevistas maravilhosas, seus discursos incríveis, e a façanha que ela tem de encantar a TODOS. Uma mulher universal, sem dúvidas.

J.K Rowling é maravilhosa porquê...

a) Escreveu Harry Potter;
b) Escreveu obras além da sua mais famosa e mandou hiper bem;
c) Se preocupa com causas humanitárias;
d) É inteligentíssima;
e) É hiper simpática com os fãs;
f) Teve uma história de vida inspiradora;
g) É J.K Rowling.


8. Doce: Alfajor da Turma da Mônica



Alfajor já é bom por por si só, mas vamos dizer que quando ele é da Turma da Mônica ele sobe uns cinco degraus na escala de gostosura haha. Não tem jeito: já experimentei de outras marcas, argentinos, mineiros, uruguaios, peruanos... Mas o melhor sem o mínimo de dúvida é esse, e ninguém me tira da cabeça. Mas, como tudo que é bom dura pouco, ele é a coisa mais difícil do mundo de se encontrar. Não - sei - o - que - está - rolando! Gente, ele simplesmente desapareceu da face da Terra! POR QUEEEEEEEEÊ?? POR QUEEEEEEEEÊ?? Achava que aqui em São Paulo eu iria encontrar de novo, mas é só decepção :( 

O Alfajor da Turma da Mônica é o melhor de todos, pois...

a) Tem gostinho de infância;
b) Não é seco, e sim macio e saboroso;
c) o doce de leite é incrivel;
d) não enjoa nunca;
e) toda vez que você acha, é pura sensação de amor.


9. Foto: Estreia de "A Noiva Cadáver"



Foto tirada minutos antes da estreia do Teatro "A Noiva Cadáver" em 2013. Acho que já é bem explicativo o significado dessa foto né?

Fazer a Emily foi...

a) Gratificante;
b) Oportunidade de me conhecer melhor;
c) Uma chance de superar alguns medos;
d) Consagrar amizades;
e) Fixar boas lembranças;
f) Estar no palco. E amar.

10. Blog: O Mundo Míope (R.I.P)



É nele que vocês encontram um debate sério sobre pena de morte que tivemos no primeiro ano. É nele que vocês vão encontrar simpatias de fim de ano. Podem dar uma passada por lá e vocês vão ver também uma matéria sobre evzones, uma música da semana que aparecia a cada seis meses, e a Maris admitindo que é hipster. Mas vocês irão ver um post de adeus, e isso quebrou o meu coração.

O Mundo Míope foi o blog da minha melhor amiga, Marina Pedrinha, e por lá está guardado várias tretas, zoeiras e gírias próprias como "okeou". #LutoEterno. Sinto muita falta mesmo.

O Mundo Míope me marcou porquê...

a) Foi ele que me inspirou começar esse aqui;
b) Guarda boas lembranças;
c) Mostra a minha evolução pessoal (nos comentários) e da minha pedrinha rolante também;
d) Tem um gostinho notálgico de ensino médio. 


E o melhor final do mundo...



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1. Claudio, aquele que me fez acreditar em anjos.

14 de junho de 2015
Quando eu paro para pensar e percebo que já tenho quase vinte anos nas costas, às vezes me pergunto o que eu vou contar para os netos. Tem gente por aí que diz que duas décadas não é lá muita coisa, ainda há muito chão pela frente pra percorrer, fique tranquila e tenha um bom dia. Não duvido das histórias que eu um dia eu terei e duvido menos ainda que nesses vinte anos eu não tenha algumas historinhas prontas para saírem da caixa, mas que, veja só, nem eu mesmo sei que elas podem ser contadas!

Daí veio o projeto 1001 pessoas que eu conheci antes do fim do mundo lá no MinhaVida Como Ela É, e desde o primeiro post fiquei pensando sobre quais pessoas eu conheci e que eu não quero esquecer de jeito nenhum, seja lá por qual motivo, seja lá por qual asneira. E a resposta veio bem rente e clara: escreva sobre elas. Quis aderir ao projeto na hora, mas me veio a pergunta que não queria calar: sobre quem eu iria escrever? Fiquei procurando A pessoa certa aparecer, ou me recordar dela, ou me animar em escrever sobre ela (quem tem blog sabe...). Até que no início de maio ela veio.

Foi em Niterói quando eu passei na faculdade de lá, mas ainda não tinha saído o resultado da Usp. Pedi para uma amiga que já tinha se mudado pra ficar uns dias com ela para eu garantir a vaga acaso  não conseguisse passar em São Paulo. Ela me deu o endereço, anotei na minha agenda, arrumei as malas, peguei o ônibus e #PartiuCasaDeLivia. A viagem foi bem tranquila, mas as coisas começaram a se complicar quando eu peguei o táxi.

Há um motivo bem específico para eu ter anotado o endereço na minha agenda e não no meu celular. Ele na época estava com um problema sério, o carregador simplesmente não funcionava, ou funcionava bem pouco. Logo, a bateria não duraria nada. Imagina o meu medo de acontecer algo errado e não poder falar com ninguém! Mas nada ia dar errado, ia?

Como o destino gosta de pregar peças, o taxista de repente falou comigo.

- Ô, moça, esse número aqui não existe não. Quer dizer, é uma loja e não é uma loja que você quer né?”
- como assim não existe? A moça me passou esse endereço aqui.
- Bem, dá nessa loja. Cê não anotou o número errado?
- Não, não anotei, é esse endereço aqui.
- Você tem como falar com ela?
- Minha bateria acabou.
- Usa o meu celular. Você tem o telefone dela?
- Só tenho o número no meu celular, e não decorei. Mas posso falar pelo facebook...
- Meu celular não tem facebook.



Aí eu comecei a desesperar. O taxímetro rolando. O taxista ficando bravo comigo. E eu odeio quando pessoas ficam bravas comigo. Então eu fiz a única coisa que qualquer pessoa madura faria: comecei a chorar. Disfarçadamente, óbvio, porque né, mores, a situação já estava brava para eu me sentir ainda mais humilhada.

Num ato de desespero falei pro moço:

- Pode me deixar aqui mesmo, eu me viro.
- Mas vou te deixar aqui do nada? Tá louca?
- Não, moço, não se preocupe, pode me deixar aqui!

Ele deu mais uma voltinha com o carro e me deixou na frente de uma lanchonete e restaurante. Tirou as minhas malas, anotou o seu telefone num papel e me disse: “Esse é o meu número, me mande uma mensagem quando você conseguir chegar. Conheço a gente daqui e eles vão te ajudar”. Daí ele partiu de volta pro seu ponto e eu fiquei lá na lanchonete enquanto os funcionários me ofereciam cafezinho para me consolar.

Então veio o Cláudio. Não me lembro muito de suas feições, mas tenho a sensação que ele era magrelo, com pele morena e olhos grandes e vivos. A voz dele eu me lembro muito bem, pois era alegra e simpática com um sotaque nordestino do Ceará misturado com os anos de vida carioca. E ele me disse para eu ficar calma que tudo vai ficar bem. Faça-me o favor de enxugar essas lágrimas, moça, olha que dia lindo que tá fazendo. Claro que pode pôr o celular pra carregar. Usar o computador? É claro, só vou ligar aqui. Acho que o que você está precisando mesmo é de um café, vou buscar um pouco pra mim e pra você.

E ele se sentou na mesa comigo e perguntou de onde eu vinha.
- Do Espírito Santo? Que lindo! Fazendo faculdade? Pô, já quis fazer faculdade mas nem deu. Sou muito bom em contas, sabe? Me dá um cálculozinho que eu faço num segundo! Eu que tomo conta das contas aqui na lanchonete.

E eu perguntei de onde ele veio.
- Sou do Ceará, moro aqui em Niterói há um tempão, acho que já faz uns dez anos. Não gosto muito de carioca não, muito funk, muito barulho, mas tá bom.

E nesse meio tempo de papo bem gostoso, a Livia respondeu. Parece que o número da casa dela ficava na encruzilhada de uma rua com a outra, portanto, a confusão vinha dali. O Cláudio disse que fazia umas entregas por aquelas bandas, então podia me acompanhar sem problema algum. Colocou as minhas malas na sua bicicleta e me acompanhou até o McDonald que serviria de encontro com a minha anfitriã.

Durante o caminho conversamos mais coisas, mas que, infelizmente, o tempo já apagou. Quando chegamos no destino certo, eu o agradeci tanto que até o fiz corar, e prometi que passaria lá um dia para almoçar – mas infelizmente, acabei não indo. Provavelmente nunca mais verei o Cláudio, e talvez seja assim que as coisas devem ser: uma pessoa muito boa para salvar o seu dia, fazendo com que você acredite em anjos que são tão reais como as ruas pelas quais você passou, mas só por um dia pra não acabar a magia. Eles estão lá, esses anjos. Eles também não estão esperando que você apareça, mas se o acaso quiser, estão prontinhos pra te ajudar a voltar aos trilhos e voltar a enxergar aquilo que o borrão de lágrima te impediu de ver.


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